
Escolhas...
Todos querem alguém. Todo mundo está à procura. Mas então, porquê tanta solidão?
Nosso mundo de hoje nos dá acesso a muitas coisas diferentes. Temos acesso a muito conhecimento, temos acesso a diferentes lugares, com diversões diferentes, pessoas diferentes. E então as coisas ficam difíceis.
Cada uma dessas diferentes pessoas que encontramos nesses diferentes caminhos representa uma perspectiva diferente também de relacionamentos.Cada uma delas, completa um aspecto da nossa necessidade imediata. Mas não nos envolvemos de maneira mais profunda com nenhuma delas. E sabe por quê? Por que é arriscado.
Se temos todas estas pessoas, sem precisar escolher uma, temos uma "pseudo" relação perfeita entre nós e a unidade representada por todos os aspectos juntos. Quando escolho uma, posso não recuperar no eleito todos os aspectos positivos que neguei, dispensei com a escolha.E as possibilidades de escolha são muitas, com muitos acessos e possibilidades e de maneira não tão difícil, sem muitos obstáculos ou padrões.
Hoje todas as formas de comportamento são válidas, não há mais um padrão, um norte a se seguir.Estamos vivendo em uma época de grande estímulo e valorização do consumo. Consumimos roupas, sapatos, eletrônicos e agora: pessoas.
Há tanta "disponibilidade" das pessoas e relações, que isso também se tornou objeto de consumo.Mas se há tantas possibilidades, porquê nos queixamos de tanta solidão?
Não nos sentimos completos com esta relação que estabelecemos com múltiplos e que de alguma forma faz uma unidade?Não, não nos sentimos. Nos falta o envolvimento. Por isso nos envolvemos muitas vezes profundamente, com um praticamente estranho durante um período de muitas vezes, horas contadas. Pra depois não mais nos vermos. Então a intimidade ficou banalizada? Sim. E isso acontece por que essa pessoa faz parte de um todo que existe independentemente do indivíduo ali presente.
Conseguimos nos envolver momentaneamente com alguém de maneira profunda para depois nem lembrarmos do seu nome. Não nos envolvemos com a pessoa, mas com o reflexo da nossa necessidade. Mas isso não nos completa, pois procuramos uma unidade em uma só pessoa. Um alguém que tenha a maioria das qualidades que queremos e com quem a gente sinta que vale a pena aprofundar a relação. Mas aí vem o dilema: dispensar todos os espectros dos nossos relacionamentos? Fica a dúvida: nos relacionar profundamente com um eleito ou superficialmente com todos em busca da unidade? Acabamos optando pelo superficial. Dá menos trabalho, não exige compromissos nem abnegação. Mas a solidão continua. E seguimos com todos e com nenhum, aplacando a nossa necessidade imediata e aumentando a nossa solidão.
2 comentários:
Eu acredito que as pessoas se deixaram banalizar... Não vou generalizar, mas hoje relacionamento não é mais respeitado, o amor é colocado de lado e entra o sexo pelo sexo... Será que conseguiremos mudar isso?
Bjos...
Acredito que somente através de atitudes individuais... A mudança sempre começa com a gente!!!
Vamos adelante!!!
bjokas
Postar um comentário